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Na tentativa de frear um aumento nos casos de Covid no maior centro financeiro e comercial da China, autoridades chinesas declararam um lockdown severo em Shanghai. A partir desta segunda-feira (28), o transporte público está suspenso, e escritórios e fábricas precisam interromper as operações ou funcionar de forma remota.
Shanghai tem o porto mais movimentado do mundo, então, você que trabalha com logística internacional, importação e exportação já deve estar de cabelos em pé.
As autoridades consideraram as atividades portuárias como essenciais e estas não serão interrompidas; no entanto, o fechamento de fábricas e armazéns deve causar impactos nos fluxos das cadeias de suprimentos que passam por Shanghai – ou seja, por consequência, uma enorme parte das cadeias de todo o mundo.

A cidade de Shanghai é gigantesca e tem cerca de 25 milhões de habitantes. De acordo com informações da BBC, o lockdown ocorrerá em duas etapas: a parte ao leste do rio Huangpu ficará fechada entre hoje e sexta-feira (de 28 de março a 1º de abril); e a parte ao oeste ficará fechada na sequência, entre os dias 1º e 5 de abril.
Aqui tem um comunicado oficial da Maersk dando uma ideia melhor de como está a situação por lá, em termos de logística.
“As exportações serão prejudicadas, já que os portos permanecem abertos mas a produção das fábricas será afetada. Baseado no que foi observado durante o lockdown em Shenzhen, as operações portuárias serão afetadas por falta de mão de obra, então espera-se que ocorra um aumento no congestionamento dos portos”, disse um especialista ao site Container News.
Outro porto chinês movimentadíssimo, Shenzhen também passou por um lockdown similar nas últimas semanas, conforme falamos nesse post.
“Obviamente, isso atrapalha o fluxo de cargas containerizadas, já que, para realizarem seus trabalhos, motoristas precisam passar por muitos testes de detecção do vírus. E o fechamento das fábricas durante esta semana não irá melhorar a situação, que já esteve meio azeda durante o mês de março”, escreveu Peter Sand, analista-chefe da agência de consultoria Xeneta, em seu Linkedin.
“Se esse lockdown for generalizado nas fábricas, isso significará redução na demanda a curto prazo e redução nos valores de frete spot, posteriormente seguidos de novo aumento nos valores e pressão nas cadeias”, disse Lars Jansen, CEO da Vespucci Maritime (outra empresa de consultoria marítima), também em seu LinkedIn.
Na batalha contra a Covid, a China segue uma severa política de “tolerância zero”. Nas últimas semanas, lockdowns semelhantes foram decretados em várias regiões de seu território; e o de Shanghai chama a atenção por ser na capital financeira do país.
A imprensa internacional tem afirmado que Shanghai enfrenta a pior onda de Covid desde o início da pandemia. Segundo a Associated Press, 3.500 novos casos foram detectados em Shanghai apenas no último domingo (27), mas apenas 50 desses casos eram sintomáticos.
Fontes: BBC, Seatrade Maritime, Container News, Associated Press, Shipping Watch
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