
Na última sexta-feira (04), a CMA CGM divulgou os resultados financeiros para o ano de 2021. A companhia francesa lucrou nada menos do que US$ 17,89 bilhões de dólares no ano passado – um desempenho impressionante se comparado ao ano anterior, quando a CMA lucrou “apenas” US$ 1,75 bilhão.
As receitas totais saltaram de US$ 31,45 bilhões em 2020 para US$ 55,98 bilhões em 2021 – um aumento de 78% no período anual. E o EBITDA (“Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”) saltou incríveis 278,2%, passando de US$ 6,1 bilhões em 2020 para US$ 23,1 bilhões em 2021.
Esse resultado chamou a atenção da imprensa na França. Segundo o jornal La Tribune, o lucro da CMA foi maior que o de outra grande corporação francesa: a petrolífera TotalEnergies, que lucrou US$ 16 bilhões em 2021 (o que, inclusive, foi o melhor desempenho da Total nos últimos 15 anos).

As cifras apresentadas referem-se aos números consolidados de todo o grupo CMA CGM – o que inclui, além do transporte marítimo, atividades como logística integrada, terminais portuários e até a divisão de frete aéreo, inaugurada em fevereiro de 2021 (atualmente, a empresa possui uma frota de quatro aeronaves, devendo chegar a dez aviões até 2026).
A CMA também anunciou que irá reinvestir 90% do lucro de quase US$ 18 bilhões “…no contínuo desenvolvimento do Grupo, na transição da matriz energética e em seus colaboradores”, conforme anunciado no comunicado oficial.
“Conduzidos por condições de demanda extremamente fortes, nós obtivemos excelentes resultados em 2021”, disse Rodolphe Saadé, CEO da companhia. “Durante esse período, investimos massivamente em nossos ativos industriais (frotas de navios, containers e aviões, terminais e depósitos) para dar suporte aos nossos clientes em seus desafios logísticos.”

Se considerado apenas a divisão de transporte marítimo, o salto do EBITDA foi de 313,4%, passando de US$ 5,3 bilhões em 2020 para US$ 22 bilhões em 2021.
Você já deve imaginar o motivo desse lucro astronômico: o mercado de frete marítimo permanece extremamente aquecido, com a demanda muito maior que a oferta (esta, por sua vez, severamente prejudicada por um efeito dominó de fatores que começou com as medidas restritivas de combate ao Covid, se intensificou com o bloqueio do Canal de Suez e com os severos congestionamentos nos portos americanos, entre muitas outras situações).
Esse cenário “permitiu” aos armadores a cobrança de fretes extremamente altos em relação às médias históricas – e a bonança é compartilhada pelas principais companhias da área. Nos últimos meses, temos noticiado os lucros extraordinários dos armadores: dá uma olhada aqui na nossa tag “Resultados“.
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No mesmo dia em que divulgou os resultados do ano, a CMA CGM anunciou também a suspensão no aceite de novos bookings com origem e destino em Belarus, país aliado de Putin na invasão russa ao território ucraniano.
Na esteira das sanções aplicadas pela comunidade internacional à Rússia, a CMA CGM já havia suspendido, no dia 1º de março, todos os bookings de e para o território russo até segunda ordem.
Fontes: CMA CGM, La Tribune
