
Terminais portuários europeus estão recusando o embarque e desembarque de cargas com origem e destino na Rússia. Quem afirma é a Maersk, em um comunicado oficial divulgado na última quinta-feira (03):
“Um número crescente de nossos fornecedores de serviços portuários na Europa estão nos informando de que eles não poderão mais movimentar cargas que tenham saído da Rússia, ou que estejam destinadas ao país – incluindo transbordo.”
No início da semana, a Maersk anunciou que estava suspendendo o aceite de novos bookings com origem e destino na Rússia, com a exceção de carregamentos de artigos médicos e humanitários, e alimentos. A partir de agora, a companhia não carregará nem mesmo esses itens para os principais portos russos.
“Como a estabilidade de nossas operações e das cargas de nossos clientes são essenciais, nós estamos suspendendo temporariamente o aceite de todos os bookings com origem e destino nos portos São Petersburg, Kaliningrad e Novorossiysk, na Rússia – não importando se são alimentos ou artigos médicos ou humanitários (destinos no extremo leste da Rússia não serão impactados).”
Essas restrições vêm na esteira da grande quantidade de sanções que a comunidade internacional está implementando como forma de retaliação à invasão russa.
Em um outro comunicado divulgado nesta sexta-feira (10), a Maersk anunciou estar suspendendo também o aceite de todos os bookings com origem e destino em Belarus (ou Bielorrúsia).
“Em relação a Belarus, a partir de agora, serão aceitos somente somente bookings de itens humanitários, artigos médicos e alimentos, e após análise extensiva”, diz o comunicado.
O governo bielorrusso é aliado da Rússia, e é por meio de seu território que diversas tropas invadiram parte do norte da Ucrânia. Belarus não tem acesso ao mar, mas é de se imaginar que a Maersk opere serviços intermodais por lá.
E, por conta das sanções internacionais, a companhia informou também que, “…agindo de acordo com os regulamentos legais e suas políticas, nós não podemos realizar ou receber pagamentos de quaisquer bancos que estejam sancionados, ou qualquer outra organização sancionada – incluindo bancos russos e bielorrussos.”
***UPDATE: A CMA CGM também emitiu um comunicado oficial nesta sexta-feira suspendendo todos os novos bookins de e para Belarus.
Para quem quiser ir mais a fundo e compreender o posicionamento de grandes corporações (como Maersk e demais armadores) no tocante às sanções internacionais, aqui vai um artigo muito interessante no site FreightWaves, em inglês: “Shipping isn’t waiting for sanctions. It’s refusing to move Russian cargo“
Fontes: Maersk, Maritime Executive